Eu sempre quis um espaço na parede que pudesse ter vida própria, que pudesse mudar de cara de acordo com o meu estado de espírito ou com o humor da casa! E o canto escolhido foi esse aqui, ó:
O primeiro passo é dar uma boa lixada na parede, para deixá-la bem lisinha e passar um pano seco para tirar o pó da lixa. Como meu apê está recém pintado de branco, pulei essas duas casas do tabuleiro e já parti para a casa 3, que é demarcar com fita a área a ser pintada. Dica de quem já se deu mal: não economize na fita e na proteção ao redor da parede. Essa parte é uma das mais importantes para a qualidade do seu acabemento! Seja bem detalhista na marcação da fita para não vazar tinta onde não se deve! Guarde esse conselho e multiplique entre amigos, filhos e netos. :)
Equipe reunida! Não fique desanimada em ver tanto material, hein... Pra você ter idéia, a única coisa nova comprada pra esse projeto foi a tinta verde escolar (R$13). O resto eu já tinha em casa de projetos anteriores. Trate seus pincéis com amor e você não precisará comprar novos tão cedo! Vamos à chamada dos presentes:
- 1 bandeja de tinta (você acha que pode abrir mão dela, não acha? Eu também achava. Pois não abra! Faz diferença na hora de tirar o excesso de tinta do rolinho ou de diluir a tinta).
- 1 rolo de espuma ou 1 rolo de pelo de cabra (testei qual ia se virar melhor e acabei ficando com o maior, simplesmente pelo tamanho mesmo e facilidade de espalhar mais rápido a tinta).
- Tesoura (era o que estava na mão pra abrir a lata de tinta rss).
- Espátula
- Tinta
- Água raz
- Fita crepe (para demarcação da parede)
- Sacos de lixo para proteger o chão.
A tinta precisa ser um pouco diluída com água raz. Segui conforme a embalagem: a medida aproximada de água raz é 10% da medida de tinta.
P.S.: Lembra que eu disse que eu sou estabanada? A prova está aí... olha só a cor do dedo que segura a tampa da tinta! Já estava totalmente Hulk antes mesmo da pintura começar rss. Mas isso é bom pra você ver que se eu consigo, qualquer um consegue!
Rolinho na tinta, rolinho na parede. Movimentos em W, pintando pequenos blocos por vez (Youtube que me ensinou). Quando eu achava que aquele bloco estava bom, partia para outro bloco e não voltava mais para o anterior. Meia hora depois, a parede estava assim:
E, 6 horas depois, assim, pronta pra brincar:
Pra quem não conseguiu ler o texto da parede, trata-se de uma fala da Estamira, personagem do sensacional documentário (de mesmo nome) do Marcos Prado. A Estamira é uma mulher de 63 anos que, por 20, morou e trabalhou no aterro sanitário de Gramacho, aqui no RJ. Carismática e maternal, a Estamira possui a loucura mais sã que eu já vi na vida.
E se você acha que é só loucura, você vai se impressionar com a sabedoria que ela tem pra passar, sobretudo sobre as relações humanas, a fé, o desperdício e a importância da lealdade. Veja o que ela fala sobre o lixão em que ela vive e me diz se não é fundamental colocarmos essa fala na nossa frente, pra repensarmos todos os dias como levamos a nossa vida e como tratamos o que não nos é mais útil: