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Recarregando baterias

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pra mim, criar nada mais é do que colocar um pouco de você, das suas referências e inspirações em determinada coisa. Para isso, você precisa estar presente, estar "ali", para emprestar um pouquinho de você para aquela criação.



E por quê ando sumida? Porque simplesmente, nesse mês que passou, eu não estive presente. Simples assim. O trabalho pegou metade do que sou emprestado, num ritmo de entregas fora do comum. A outra metade ficou adormecida, surpreendida por uma grande perda que me tirou o chão. Liguei o piloto aumtático e o mantive ON, até que o turbilhão passasse.



O mês de maio foi, pra mim, um mês de "retiro". De colo, de sorvete e de meias coloridas debaixo do edrendon. De fazer as pazes com a vida e aprender a aceitar as situações nas quais ela nos coloca. Difícil acreditar que certas coisas são para o melhor, né? Mais difícil ainda é tirar um aprendizado disso tudo. Mas a gente consegue, sempre consegue.... E é por isso mesmo que, em momentos como esse, o melhor a fazer é apertar o pause e catar toda sua energia, que anda espalhada, para seguir em frente.



A vida não pára e a minha cidade, sempre linda, faz questão de me falar isso todos os dias, sorrindo pra mim. Por isso, deixo aqui minha homenagem a todos que estão longe, mas queriam estar perto.


E que venha junho, com as energias renovadas e a cabeça cheia de idéias!


Ah... já sabe, né? Com som é 2x mais legal. :)









No som: Ben L' Oncle Soul - Soulman
Imagens: Le Pagliaro (de Iphone)
Edição: Thalita 




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Então tá combinado (Como fazer uma mesinha)

terça-feira, 10 de maio de 2011

A campainha toca, a quentinha entra, o dinheiro sai - e nunca é menos que R$30. Quase todas as noites aqui em casa é assim na hora do jantar. 



Dia desses me peguei me questionando... por quê cargas d'água pedimos comida fora com tanta frequência e pagamos caro por isso, quando temos plena noção de que, se formos parar pra inventar algo na cozinha, qualquer coisa ficaria muito melhor. E quando eu digo melhor, eu digo MUITO melhor mesmo, pois os dois aqui têm um tino pras panelas.




A resposta não demorou a vir à cabeça:

- Ah... é mais rápido, mais simples, descomplicado, não faz sujeira....


Aí, comecei também a pensar com meus botões que toda desculpa esfarrapada pode seguir esse mesmo modelo de resposta, né? Saca só...


- Por quê você mantém essa cor tão morta na parede até hoje?
- Ah... é mais rápido, mais simples, descomplicado, não faz sujeira....



- Por quê você encomendou em vez de fazer meu bolo de aniversário?

- Ah... é mais rápido, mais simples, descomplicado, não faz sujeira....



- Por quê não ficaram com o cachorrinho?

- Ah... é mais rápido, mais simples, descomplicado, não faz sujeira....



Ou seja: concluí que qualquer desculpa que use essa resposta não não deve ser levada à serio!



E foi numa noite dessas, em que resolvemos deixar a preguiça de lado e cozinhar um jantar no carpicho, que eu decidi fechar uma combinação comigo mesma: não vou mais pagar por nada que eu consiga fazer melhor por conta própria. 









Vou te contar, viu... esse modo de pensar abre tantas possibilidades que o computador acabou no meio dos cogumelos, camarões e temperos, pra guardar todas as idéias que surgiam entre uma refogada e outra. 


Mas foi só olhar em volta na própria cozinha para saber na hora por onde eu devia começar: o tal do porta-trecos-plástico-sem-vida-sem-cor-sem-sal-sem-tudo, que está quebrado e sem 1 das rodinhas há um tempo. Todo dia olho pra ele e penso: preciso comprar um novo...




Cara, sem desmerecer o designer que projetou esse objeto tão funcional... palmas pra ele. Mas, pra minha necessidade, que é guardar meus temperinhos e outros cacarecos na cozinha, eu consigo fazer melhor, gastando menos dinheiro. E foi o que eu tentei fazer, ó só...






Caixa de feira. Ah... a caixa de feira. Olha ela aqui de novo, como protagonista do projeto...




Dessa vez , pedi ajuda profissional e contei com um marceneiro camarada pra fazer 4 pezinhos palito em madeira pra mim. Só que ele levou o modelo "palito" à sério demais e o que era pra ser um pé de mesa quase ficou uma arma indígena. Resolvi o problema lixando (bastante) essa ponta afiada.





A parte chata e suada do projeto: lixar - e bastante - toda a caixa. Tempo na tela... valendo!




Duas camadas de tinta em spray nos pezinhos...




...e tinta acrílica PVA pra fazer uma graça, já que eu decidi não pintar a caixa para não perder esses carimbos lindos da lateral.




Furinho na caixa e furinho no pé, usando furadeira. Tranquila essa parte, né?




Para dar mais estabilidade, os pés da frente ficaram mais abertos que os pés de trás, saca?






E o carrinho quebrado deu lugar à nova mesinha de temperos da cozinha:














Ah... e o tal do jantar, o responsável por tudo isso! Massa com cogumelos, camarões, brie e rúcula. Pra acompanhar, um Carmenére geladinho, porque começar a semana assim dá até um ânimo extra, né?






Jantar caprichado + mesinha nova, do meu jeito, sem gastar muito e que ninguém faz melhor - pelo menos por esse preço. 


Então tá combinado? Se você faz melhor, pra quê comprar?
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Era ela...

domingo, 8 de maio de 2011

Por grande parte da minha vida, a minha mãe trabalhou como comissária de bordo. Isso quer dizer que, durante toda a minha infância, eu tinha ela inteirinha pra mim metade da semana e, na outra metade, tinha que saber emprestá-la para o mundo. Lembro que quando via a temida mala aberta, sentava dentro dela para impedir que ela viajasse. Mas a manha não durava muito tempo não... mesmo pequenininha, já conseguia compreender toda a sua batalha para me oferecer o melhor que podia, em todos os aspectos. E essa força que vinha dela, em deixar casa, marido e datas comemorativas pra trás, de certa forma, também me fortalecia. Grande parte do que sou é, sem sombra de dúvidas, reflexo da força dessa mulher que eu tanto admiro e amo.



Mas não pense que eu fui uma criança coitadinha não... Até porque toda vez que ela viajava, ela deixava uma substituta de peso em seu lugar: minha vó.



Era ela...

Que fazia leite quente com açúcar queimado

quando a garganta teimava em incomodar

Que me fez adorar o Silvio Santos

Que fazia o melhor miojo do mundo



Era ela...

Que amarrava o lenço com álcool no meu pescoço

quando a tosse parecia não acalmar

Dona da receita do melhor risole de milho

E que me ensinou a jogar "Resta um"



Era ela...

Que me fez ficar fera no baralho

Que tinha o colo mais macio de todos

E que me ensinou o poder de um rouge e um batom



Era ela...

Que me ensinou a rezar

A cozinhar

E também a me comportar



Era ela...

Que comprava minhas roupas de lambada. Só ela...

Que bordava lantejoulas nas minhas fantasias de carnaval.

E que chamava requeijão de "queijinho de copo"



Ah vozinha... Era só você, viu?

Amanhã, faz 1 semana que ela nos deixou. De repente, de surpresa, deu um "até logo"pra gente e foi distribuir amor por outros cantos. Mas só sentirá falta do seu amor quem nunca chegou a conviver com ela. Pois o amor recebido por quem teve o privilégio da sua companhia foi tanto, mas tanto, que ele não se acabou com a sua despedida aqui desse chão que a gente pisa. Eu ainda sinto esse amor e ele é, e sempre será, muito presente dentro de mim.





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Esse "lixo" todo... (Como reformar uma mesinha)

quinta-feira, 5 de maio de 2011



Volta e meia, o interfone aqui de casa toca:



- Dona Thalita, sua mãe deixou uma... uma... hum... uma espécie de tábua velha aqui pra você.




Em menos de 2 minutos, estou eu lá na portaria com um sorriso de orelha a orelha pra buscar meu entulho amado.


Dias depois, ele toca novamente:


- Sua mãe deixou aqui um quadro quebrado.



E novamente:

- Thalita, sua mãe deixou um saco de retalhos.



E novamente:

- Agora tem uma caixa cheia de garrafas vazias.



Toda vez é a mesma coisa: eu desço correndo e sorridente, como alguém que está indo buscar uma aguardada compra feita pela internet. O porteiro fica tão confuso que chega até a coçar a cabeça. Eu, sinceramente, não sei quem é mais maluco e parceiro nesse momento: a minha mãe, por achar que deixar uma cadeira quebrada na portaria é igual a deixar um envelope no escaninho, ou o porteiro, que aceita guardar o "pacotinho" até eu chegar do trabalho.

Eu só sei que dia desses a curiosidade dele chegou no seu limite quando ele me viu dando pulinhos de alegria ao receber 6 latas vazias de azeite.

- Desculpa, Dona Thalita, mas eu tenho que perguntar: o que você faz com esse lixo todo?



Esse "lixo" todo eu transformo em alegria, Jorge. Alegria em fazer o que eu gosto, alegria em deixar a casa mais colorida, alegria em salvar o que ia pro lixo, alegria em gastar meu tempo para deixar algo mais doce de se olhar e mais agradável de usar. É claro que essa é a versão poética e reduzida da explicação. A prática demorou uns 20 minutos e foi seguida de fotos, indicação do blog e trocas de figurinha.



Desde então, ele tenta adivinhar no que o lixo vai se transformar. Não é o máximo? Essa semana tinha uma gaveta velha me esperando, e ele:

- Essa aqui pode virar uma jardineira, né? Ou então uma base pra uma mesinha, sabe?



Claro que pode, Jorge! Pode virar tanta coisa... de "lixo", passou a ser uma jardineira em potencial, entre outras mil possibilidades que ele dividiu comigo.

Ele não faz idéia... mas nesse dia, subi de volta pra casa sem conseguir segurar as lágrimas. Sensação de dever cumprido. De uma felicidade sem tamanho e preço. Esse blog é o trabalho de formiguinha mais gratificante do mundo.



E meu motivo de alegria dessa semana ficou por conta de 2 mesinhas que já chegaram aqui sem vida, mas conseguiram ser reanimadas graças a um pouco de esmalte sintético e papel de presente. Não liga pra arrumação não... é que eu não tenho onde guardá-las! O trabalho salva-vidas foi feito. Agora, quem pode dar um lar pra elas? :)






















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Para meninos (Como fazer uma bancada)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Ó só... sem som perde metade da graça. :)



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T.P.M. - Tente Produzir Mais (Decoração com luzinhas de Natal)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Sabe aqueles dias em que a TPM te pega de jeito? Daqueles que você já acorda sem saco pra você mesma? Dias looongos esses... intermináveis. E a gente acaba sempre procurando uma compensação pra essa angústia toda - sem nexo, diga-se de passagem. São nesses dias de tolerância zero que a gente se mima, percebeu? Chocolate? Sapatos? Sorvete? Qual desses artifícios funciona pra você?

Como boa leonina, é claro que o meu mimo tinha que ser elevado à quinta potência: "Bombons? Não, obrigada. Eu quero é um espelho com cara de camarim, digno de uma estrela de cinema. E como eu tô sem paciência, eu quero tipo assim... meio que agora e sem gastar dinheiro. Dá pra ser?". Rá. Isso lá é pedido que se faça pra você mesma bem na sua TPM?  Boicote dos brabos...




Mas desejo é desejo... e com desejo de TPM não se brinca, todos sabem - quem não sabia não está mais aqui entre nós pra contar sua versão dos fatos. Com vocês, meu espelho de camarim improvisado. :)
















Hum... sei não... eu quero mais mulherzinha, mais cuti-cuti, mais "penteadeira da bailarina". Cadê aquele espelho que tava atrás da porta? E se ele for pra cima da escrivaninha? Ah... agora sim! Minha penteadeira de fim de semana, pra me arrumar com um frufru a mais, naqueles dias em que até sua sombra é insensível com você.
























Sim, isso é um farol de fusca. Lindeza essa garimpada num passeio de sábado pela feira da Praça XV. Tive que trazer 2 pra casa. Pra iluminar? A Continuação dos piscas do espelho, amontoadinhas, dentro do farol.









.:Atualização:.






Vieram me pergutar onde eu comprei esses piscas diferentes. Elementar, meu caro... "Comprar" é um verbo que está fora do radar nesse mês de IPVA. :) 


Lembra do vício dos piscas? Isso é um problema mesmo, tô começando a reconhecer... mas é que uma idéia leva a outra, que leva a outra... 


Então, sem mais enrolação, aqui não tem nada além de uva de plástico + pisca (branco dessa vez) e cola quente. Ó só:



















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Recaída (Decoração com luzes de Natal)

quinta-feira, 14 de abril de 2011




Logo depois do Natal, um senhorzinho chinês lá do Saara me ofereceu um pisca-pisca quase que de graça. "Custava tleze leais. Pla mocinha, R$2,50" - disse ele, tentado se livrar do estoque. Foi tudo muito rápido. Quando dei por mim, já estava com o pisca dentro da sacola e três lojas mais à frente, procurando idéias para enfeitá-lo. Voltei pra casa com as minhas esferas de palha pra fazer um pisca para a cozinha, lembra desse?





O processo de produção durou aproximadamente 2 horas. E foram 2 horas de uma intensa alegria e sensação de bem estar. Uma semana depois, comecei a sentir falta daquela sensação de euforia que só se sente quando você está montando seu próprio pisca, sabe? Não pensei duas vezes e voltei lá no senhor chinês:


- Oi. Mê vê mais 3 piscas, por favor?


- Pisca? Não tenho mais.


- Ahn? Como assim? Acabou?


- Sim, agola só no plóximo Natal.







Vaguei pelo Saara, ainda desnorteada, à procura de alguém que pudesse me vender um pisca. Entrava de loja em loja perguntando e a resposta era a mesma: só no Natal. Quando estava quase desistindo, o destino colocou na minha frente uma loja com uns piscas muito mal acabados e à venda por R$6. Fazer o quê, né? Quando você precisa, você paga o preço que for! Levei 4 pra casa.




Depois que você experimenta a sensação de fazer o seu pisca decorado, tudo à sua volta passa a ser um objeto em potencial para ser encaixado no dito cujo. Florzinha, bolinhas de palha, enfeites de cabelo... eu olho para umas tranqueiras e fico pensando: "hum, será que encaixa?". Até brinde de Kinder Ovo já foi cogitado.








Quando dei por mim, já estava fazendo piscas para dar de presente para amigos, só pela sensação, sabe? E ai de quem questionasse sobre o meu vício. Vício?! Que vício? Isso é artesanato! É arte! É criatividade sendo colocada em prática! E tem mais: eu paro quando quiser. Eu hein... vício... me passa um pisca, vai!




Os parentes tentaram fazer uma intervenção. O namorado deu uma idéia pra uma mesinha, a mãe deixou um saco de retalhos na porta da minha casa, a tia deu argila, miçangas e tinta. Tudo para que eu desviasse a atenção das luzinhas. E não é que funcionou? O blog seguiu em frente, com outas idéias e outros projetos. O apoio da família é importante nessas horas, né?








Eu já tinha prometido que não faria mais nenhum pisca. Estava há 62 dias sem encostar em um, vivendo um dia de cada vez. Mas aí eu me deparo com um cacho de uvas de mentira. E se você arrancar a uva do cacho, o que sobra? Essas bolinhas verdes quase transparentes aí de baixo, que já vêm com um furinho para encaixar sabe aonde? Pois é.





















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