E agora? Qual a noção de "pacote básico" dessas pessoas? Em 15 dias, essa noção pode mudar muito né? Porque aposto que pouquíssimas pessoas que perderam tudo nas enchentes que desolaram a Região Serrana do Rio desejaram esse nível de básico para 2011: "Quero um teto. Quero voltar a ter um lar. Quero uma cama. Talvez até edredon.". Isso agora é que é o Pacote Básico dessas pessoas."
Fiquei pensando nisso nessas últimas 2 semanas de machetes, estatísticas, despedidas, doações e dúvidas.... Loucura? Sei lá...
Todo mundo ajudou um pouco ou como pôde, assim espero, né? O governo, autoridades e empresas privadas vão garantir o Pacote Básico, certo? Ceeeerto? Ótimo. Que devolvam o teto dessas pessoas, e em tempo recorde, por gentileza. Mas eu acho que dá pra fazer mais. Vamos pensar, em paralelo, no Pacote Vida?
Ele nada mais é do que, além dos elementos do Básico, um pacote superior que contempla também: esperança, sorrisos, otimismo, autoestima, energia e noites bem dormidas. E esse pacote é mais difícil de se devolver para essas pessoas. Porque, diferente do Pacote Básico, o tal do Pacote Vida não envolve bilhões de reais, acordos políticos ou grandes formalizações. É mais complicado por 2 principais motivos: requer atenção e sensibilidade. E isso, o governo tem "dificuldades" em oferecer.
Então tá na nossa mão, né? E eu tive uma idéia pequena e talvez até tola. Mas uma idéia. Nesse momento de reconquista do Pacote Básico, essas pessoas querem um TETO, COMIDA, SOBREVIVER. Pensam que perderam tudo.
E se, nesse momento, milhares de móveis e objetivos com potencial de ressucitação estão sendo retirados por escavadeiras, triturados e jogados num espaço adaptado para os "restos"? Quanta coisa perdida! A lama destruiu muita coisa, mas e o que dá pra salvar com água, sabão, lixa e tinta? Será que existe? O que alguns enxergam como restos de uma catástrofe, outros enxergam como lembranças do que um dia foi um lar. E mesmo que não exista nada para recuperar, e os móveis antigos das casas das pessoas que não foram atingidas? Todo mundo tem uma tranqueira né? Que tal doá-los?
Não seria ótimo se, quando essas pessoas voltassem para um teto, elas pudessem também voltar para um lar? Para um pouco de conforto, de cor, de humor? E se a gente fosse em busca de tudo o que pode ser reaproveitado, colocar num galpão e unir forças para restaurar esses móveis e objetivos para trazê-los de volta à vida? Vivo dizendo que quase tudo nessa vida se resolve com tinta em spray e ninguém acredita... rs.
Não é a hora exata pra pensar nisso? Enquanto os peixes grandes se preocupam com o macro, a gente age pontualmente, em cada sorriso. E, sei lá, daqui a 3 meses, quando os tetos estiverem sendo devolvidos para as pessoas, a gente tenha um galpão repleto e colorido para devolver um pouco do significado de lar para essas pessoas, em forma de móveis e objetos ressucitados.
Quem tá dentro? Quem compra essa idéia comigo? E quem conhece alguém, que conhece alguém, que conhecem alguém que nos ajude a comprar essa idéia? Divulguem, compartilhem e vamos fazer isso acontecer!
